Raiz de insuficiência - Dia 4

Sophia Volpe
há 7 dias
14 min de leitura

Uma imagem da raiz de insuficiência: a menina focada na flor enquanto Jesus está ao seu lado com um buquê enorme.

Nos últimos dias falamos de raiz de amargura (a mãe de todas as raizes venenosas), incredulidade e medo. A raiz de insuficiência, como as outras, é marcada pela amargura, ou seja, deturpação da nossa visão sobre algo e entrelaçada à incredulidade, quando duvidamos da Palavra de Deus (você entenderá melhor adiante) e ao medo (de, por exemplo, não ser bom o suficiente).

Querido leitor(a), saiba que em em nenhum momento desse texto quis te criticar ou ofender. Escrevi aqui meses de estudos que primeiro doeram em mim, meu intuito é ajudar você. Que Deus te abençoe e guie. Peça a Ele para te revelar tudo isso também. A correção de Deus é amor.

Ore: Pai, corrija-me em amor. Eu te entrego toda raiz de ofensa. Que eu leia com os Seus olhos. Espírito Santo, me leve ao arrependimento, me convença. Entrego esse processo a Ti. Guia-me até o fim. Em nome de Jesus. Amém

Além disso, vale lembrar: se, ao longo do texto, você perceber que conhece alguém nessas condições, de raiz de insuficiência, primeiro olhe para a trave no seu olho antes de apontar para o outro. Depois, ore por essa pessoa. Nem sempre cabe a nós sair falando. Deus não quer justiceiros. Ele pode te usar para falar com tais pessoas em amor, nunca em julgamento ou superioridade.

Viva primeiro você o seu processo de cura, ficar lendo o que te confronta pensando em "nossa, isso é fulano todinho" é um mecanismo de fuga.

Vamos juntos?

O que é

A raiz de insuficiência é o que faz a pessoa nunca se sentir satisfeita ou plena. É como uma voz que fica o tempo todo dizendo: “não é o bastante”. Ela vem com a raiz de ingratidão e insatisfação. Dessa forma, ela pode se manifestar de duas formas principais:

Para dentro de si mesma: em forma de perfeccionismo, autocrítica e autocobrança. A pessoa não consegue enxergar valor em si, nem no que faz, pois tudo parece sempre abaixo do “padrão ideal”.
Para fora, na vida em geral: em forma de insatisfação e ingratidão. Nada nunca é suficiente: “quando eu tiver mais dinheiro, quando meu corpo estiver diferente, quando eu tiver um relacionamento, aí sim estarei bem”.

Essa raiz faz com que vivamos em uma busca incessante, como se sempre faltasse algo, como se a cruz de Cristo não fosse suficiente. Talvez você não pense literalmente que a Cruz seja insuficiente, mas de forma inconsciente, sim. E ainda age de acordo. (Entregue seu inconsciente a Deus).

"¹⁰ Alegro-me grandemente no Senhor, porque finalmente vocês renovaram o seu interesse por mim. De fato, vocês já se interessavam, mas não tinham oportunidade para demonstrá-lo.¹¹ Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância.¹² Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade.¹³ Tudo posso naquele que me fortalece."Filipenses 4:10-13

Viver contente é a chave. É sobre ser feliz e sentir-se suficiente no agora.

De onde vem

Essa raiz costuma brotar quando identidade e descanso não estão firmados em Deus e quando feridas emocionais ficam sem tratamento. Alguns caminhos comuns de origem:

Exigências e responsabilidades precoces (parentificação): quando a criança assume papéis de adulto (cuidar de irmãos, “dar conta” da casa), isso pode gerar competência, mas também um senso crônico de “tenho que provar valor” (pulando etapas, trazendo responsabilidade antes da hora...), predispondo à autoexigência e culpa quando não “faz o bastante”. Pesquisas mostram tanto efeitos positivos quanto riscos emocionais associados à parentificação, dependendo do contexto e do suporte recebido.
Afeto condicionado às conquistas: quando o amor/aprovação parecem depender do desempenho (“sou amado quando acerto”), estudos indicam que a chamada consideração condicional dos pais está associada a menor qualidade de vínculo e a padrões de perfeccionismo internalizado. Esconder o boletim para não levar bronca, ficar em desespero ao tirar notas ruins são exemplos de que seu valor era condicionado, por você ou por seus responsáveis, aos seus resultados.
Cultura de alta performance e comparação: dados recentes mostram crescimento acentuado do perfeccionismo socialmente prescrito em jovens adultos; viver sob padrões impossíveis alimenta a sensação de nunca ser suficiente.

Sabia que na economia há o chamado "Paradoxo da Escolha"? Um termo criado pelo psicólogo americano Barry Schwartz, que mostra, quanto mais opções temos diante de nós, mais acreditamos (é um viés inconsciente) que será possível encontrar a opção perfeita, aquela que vai suprir exatamente o que buscamos. Isso acontece em coisas simples, como quando ficamos tempo demais na prateleira de chocolates do supermercado, esperando achar “o chocolate perfeito” entre dezenas de embalagens. Mas esse mesmo viés se repete em escala maior nas redes sociais: somos expostos a uma infinidade de “vidas”, corpos, estilos e conquistas, e o cérebro começa a acreditar que existe uma versão de vida absolutamente perfeita a ser alcançada. Essa ilusão alimenta a raiz da insuficiência, porque nos prende a uma comparação constante, como se a plenitude estivesse sempre em algo que ainda não temos

Na teologia, o estudioso Blaise Pascal fez um observação que gostaria de conectar à nossa reflexão, ele diz que há em nós um desejo que só pode ser preenchido por Deus, um ‘abismo infinito’ que nenhuma realidade temporal consegue. E C.S. Lewis nos lembra que ‘Tudo o que não é eterno está eternamente desatualizado’, o que nos leva a pensar: por que buscamos em tantos lugares um sentido que só o eterno pode dar?

“O meu povo cometeu dois crimes: Eles me abandonaram, a mim, a fonte de água viva, e cavaram as suas próprias cisternas, cisternas rachadas que não retêm água" Jeremias 2:13

Biblicamente, o coração que busca satisfazer-se fora de Deus cava “cisternas rachadas” (Jr 2:13), buscando migalhas no mundo, enquanto a fonte de tudo está bem na nossa frente, de braços abertos.

Quem veio do Eterno não encontra plenitude e suficiência no que é apenas terreno.

Sintomas

Dessa forma, a raiz de insuficiência é alianças com a comparação e a distorção da identidade. Quando não sabemos quem somos em Cristo, passamos a medir nosso valor pelo que fazemos ou temos. Isso gera:

(Mais) Medo de não ser bom o suficiente;
(Mais) Incredulidade quanto ao amor do Pai (tentar “ganhar” aprovação);
(Mais) Amargura, que deturpa a visão (lembrando: a amargura é a “mãe” que contamina outras raízes – Hb 12:15);
Controle, porque quem se sente insuficiente tenta preencher o vazio “na força do braço”;
Perfeccionismo excessivo;
Procrastinação;
Autocrítica e cobrança exagerada;
Frieza espiritual
- Você entrou em piloto automático e a vida com Deus caiu em mais um "afazer"
Dificuldade de celebrar conquistas;
Autossabotagem por nunca se sentir "merecedora"
- De fato, NUNCA seremos merecedores, mas Cristo já fez isso por nós. Cabe-nos aceitar. Se na sabedoria e amor de Deus, ganhamos a Sua graça, um favor imerecido, algo que nunca poderíamos conquistar, quem somos nós para dizer o que Deus deveria ou não deveria nos dar?
Culpa por descansar (“se eu paro, estou falhando”);
Comparação constante;
Inveja;
Ativismo religioso sem descanso
- Eu chamo de "vício em fazer, fazer, fazer",
Cobrar dos outros o que eles não têm para dar;
- Ninguém é responsável por suprir suas dívidas emocionais. Nem mesmo Deus, mas Ele se oferece e Ele é o único que realmente pode.
- Uma característica é não se sentir amada e pensar "nunca me sinto retribuída, eu que sempre faço pelos outros e nunca me retribuem"
  - Primeira pergunta: quais os seus parâmetros de amor? Cada um demonstra de uma forma. O mundo não gira em torno de você e do que você acha (digo isso com amor para você). Segunda pergunta: se não te retribuírem, o próprio Deus vai te retribuir, só de você acordar de manhã é uma benção. Porém: você fez esperando algo em troca? Se sim, isso é uma dinâmica de trocas e favores que não existem na Cruz (em situações de relacionamentos pessoais, os contextos profissionais e acadêmicos são diferentes).
Ingratidão;
- Não agradece pelos detalhes, achando que Deus já está "fazendo o mínimo" por você.
- Leva à murmuração: se você reclama do que já tem, por que acha que Deus te daria mais? O povo hebreu passou 40 anos no deserto por reclamação e ingratidão. Não entraram na terra prometida. Tem desertos que você só continua por conta disso.
Insatisfação;
- É o nunca sentir-se satisfeito, uma pessoa difícil de agradar.
Religiosidade (ser guiado mais por regras e preceitos humanos do que por Deus) e medos religiosos exagerados
Misticismo e idolatria;
- A pessoa entre em "rituais" para aliviar a culpa, buscando paz no que ela faz, de novo, ao invés de buscar em Deus. Por exemplo, uma pessoa com vício em fazer tirou um cochilo de 30 minutos. Acordou sentindo-se culpado por desencasar, então usa as próximas horas para produzir em massa coisas que talvez nem precisassem ser produzidas naquele momento, muito menos naquele peso. Isso se torna algo rotineiro, mecanismos para aliviar a culpa se tornam "rituais", que a fazem ser mais dependente de práticas fixas do que do próprio Deus.

Entre outros.

Consequências

A raiz de insuficiência faz com que os afetados busquem suprir os vazios e insatisfações em outros lugares. Por exemplo, se eu não me sinto uma aluna ou profissional boa o suficiente (mesmo que eu seja), busco a resposta para suprir essa "falta" em fazer mais coisas. Começo a estudar compulsivamente, a ter pensamento acelerado e a negligenciar o descanso. Logo, a raiz do controle se instala, torno-me uma pessoa dependente da minha própria força e dos meus métodos (controle patológico).

Não é à toa que os casos de burnout cresceram excessivamente no nosso país. O cérebro não para de trabalhar buscando suprir, de forma humana, um vazio que só Deus pode. Colocamo-nos inconscientemente no lugar de Deus. Só na Cruz temos a cura completa.

Há práticas aqui na terra a serem alinhadas que auxiliam e até aliviam os frutos, mas somente Jesus cura a raiz.

O retrato de uma vida aprisionada por essa raíz envolve (vale lembrar que os sintomas e as consequências se cruzam):

Sentimento constante de sobrecarga;
Sensibilidade à pressões;
- Por você já se pressionar muito, não aguenta um chefe e se torna reativa, desonrosa, sensível (no mau sentido), ofensiva e fraca emocionalmente.
Ansiedade;
Estresse;
Burnout;
Depressão;
Isolamento;
Vícios em fugas da realidade (recorrer excessivamente à tecnologia, comida, exercício físico, drogas, prazes momentâneos...);
Relacionamentos tóxicos;
- Quantas mulheres e homens valiosos têm se contentado com tão pouco e tanta maldade em seus relacionamentos por estarem aprisionados por essa raiz... afinal, se "sentem não merecedores", incapazes, insuficientes de conseguir algo melhor.
- Essa raiz deturpa profundamente nossa identidade e senso de valor (tenho um post aqui no blog sobre nosso valor para Deus).
Inconstância;
- Na igreja (qualquer falha percebida os leva à mudar de igreja), no trabalho, na vida com Deus.
Crítica;
- Qual foi a última vez que você elogiou verdadeiramente os seus filhos, amigos e àqueles que ama?
Dificuldade em perdoar;
- Afinal, "ninguém é merecedor o bastante do seu perdão".
Orgulho;
- Você nunca está "errada o bastante" para reconhecer suas falhas.
Impaciência;
- A velocidade de Deus e dos outros nunca está boa o bastante para você.
Aprisionamento na cultura de performance;
- Vive por resultados, não por frutos.
- Tenho uma live sobre isso aqui: https://www.instagram.com/reel/DKifwn2xZA2/?igsh=azRodWppOTV3cGR1

Essa raiz faz com que você fira aqueles que você mais ama, querendo ou não, seja por agir de forma negativa, ou por ser omissa no que deveria ser posicionada.

A maior das consequências é que você perde uma vida de comunhão mais profunda com Deus, leveza e amor. A que mais me assusta? É essa aqui:

Jesus: "Muitos me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês que praticam o mal!" Mateus 7:22,23

Só fazer coisas para Deus, sem relacionamento, é se colocar em lugar de órfão e servo, quando Ele te chama de filho. O seu chamado morre, o seu propósito apaga e você murcha.

Praticar o bem com o coração no lugar errado é como praticar o mal para Deus.

Resumindo

A raiz de insuficiência que começa na amargura, é regada pelo medo e incredulidade (pois para cada pensamento há um versículo "de combate", e não crê-se na Palavra), culmina na morte ministerial e relacional com Deus. A vida passa ser um peso, marcada pela inconstância e sobrecarga.

O Jardim da sua vida passa a morrer lentamente. Enquanto você foca no único terreno ainda não ocupado por flores, vira de costas e não percebe que há milhares de flores que, antes lindas e saudáveis, estão se deteriorando e murchando lentamente.

A cura

A boa notícia, amado e amada leitor(a), é que não há raiz que nosso Bom Jardineiro não possa curar.

“Ele disse: ― Mulher, por que está chorando? Quem você está procurando? Pensando que fosse o jardineiro, ela disse: ― Se o senhor o levou, diga‑me onde o colocou, e eu o levarei. ― Maria! — disse Jesus. Então, voltando‑se para ele, Maria exclamou em hebraico: ― Raboni! — que significa “Mestre!”.” João‬ ‭20‬:‭15‬-‭16‬ ‭

Não é por acaso que a primeira pessoa a ver Jesus ressurrecto o confunde com um Jardineiro. A conexão antes rompida no Jardim no Éden estava sendo reestabelecida no Jardim do Túmulo, com o Perfeito Jardineiro no controle.

Não seremos curados na nossa própria força, nem por método humanos, mas por Ele. Buscando os Seus métodos.

“Farei cicatrizar o seu ferimento e curarei as suas feridas”, declara o Senhor, “porque chamam a você, Sião, de rejeitada, aquela por quem ninguém se importa”.” Jeremias‬ ‭30‬:‭17‬ ‭

Guarde essa verdade no seu coração: você pode se sentir rejeitada e deixada de lado, e pode até ter sido rejeitada e deixada de lado, mas Deus diz que curará as suas feridas e cicatrizará os seus ferimentos, inclusive na alma. A questão é: você aceita se despir da dor, desapegar do passado e ser moldada pelo Jardineiro?

Na prática, como se curar da raiz de insuficiência? Pensei em escrever um texto sobre isso, mas decidi por em tópicos:

Orar: ter conversas sinceras com Deus sobre como você se sente e dizer que entrega. É questão de tempo, deixe Ele operar sua alma.
Memorizar versículos para declarar: para cada pensamento de insuficiência, busque versículos "de combate". Por exemplo, tem medo de não conseguir algo? Declare Filipenses 4:13. Não se sente boa o suficiente? Leia a crucificação e declare João 15 (sobre sermos o ramo e Ele o que nos nutre), Romanos 5:8-11 também ajuda.
Liberar perdão para quem te feriu: isso vai dissolvendo a amargura que amarra a raiz de insuficiência. Vou deixar uma live minha sobre isso no final da página.
Decidir lutar, não na sua força, contra isso: pensou? Ora entregando o pensamento.
- Gosto do que chamo de "pausas de silêncio". Quando me vejo em dinâmicas de fazer, fazer e fazer, intencionalmente paro, coloco um louvor e deito no chão do meu quarto. Na faculdade, vou dar uma volta enquanto oro entregando a Deus.
- A maior luta é na mente. E Deus nos ajuda. Eu costumo declarar 2 Coríntios 10:3-5 e Filipenses 4:6-8.
Busque ajuda: busque algum amigo para confessar, algum pastor ou membro da sua igreja que pode te ajudar. Não vamos vencer nada sozinhos, nem Jesus escolheu viver o ministério sozinho.
Jejum do que lhe faz piorar: se você recorre às redes sociais (que aceleram ainda mais a mente), faça um "jejum" dela. Se é à comida (que lhe faz sentir-se mais culpada), jejue espiritualmente, mas busque ajuda profissional também para ver a comida com os olhos certos, ela é sua aliada e você merece ter uma vida saudável quanto a isso.
Continuar sondando seu coração e orando por cura: é um processo. Jeremias 17:10 diz que Deus nos sonda, peça para Ele te corrigir, alinhar e curar.
Cultive a gratidão: pelos detalhes, pelos pontos negativos, pelos desafios.
- Posso lhe dar um exemplo pessoal? (Não digo meus exemplos como se eu fosse melhor do que ninguém, justamente pelo contrário, para lhe mostrar que, assim como você, sou eterna aluna do nosso Pai Celestial).
  - Em julho de 2025, em uma das semanas mais frias do ano, o encanamento da minha casa resolveu parar de fornecer água quente após as 18h. Antes disso, o sol aquecia o reservatório. À noite, havia algum mecanismo que fez com que a água quente não viesse. Estava cerca de 10/11 graus e eu tomei um banho gelado. Minha primeira reação foi reclamar com Deus. Porém, graças a Ele, me calei assim que percebi que reclamaria, e comecei a agradecer por ter um chuveiro, por ter água, por ser apenas um problema que seria resolvido logo e fiquei dizendo "Glória a Deus".
  - Ali, Deus tratou minha raiz de insuficiência e ingratidão.
Escreva cartas a Deus: escrever ajuda a tirar da cabeça.
Repreender os pensamentos: dizer em voz alta que expulsa todo pensamento contrário e leva cativa a mente a Cristo.

Antes de orarmos, gostaria de lhe contar uma história real minha. Eu estava assistindo o pôr do sol e orando. Falei com Deus, não em insuficiência, nem em reclamação, apenas constatei que aquele pôr do sol não tinha sido o mais belo que já havia visto. Na mesma hora o Espírito Santo inundou a minha mente com uma das reflexões mais poderosas que eu já tive: Se nem Eu cobro do Sol um ciclo perfeito de evolução, no qual ee precisa obrigatoriamente performer melhor a cada dia, porque você se cobra isso? Se até o pôr do sol "tem dias mais feios", por que você não se permite ter também? Acaso o sol deixa de cumprir sua missão e sua função nesses dias? Não. Assim é na sua vida, filha.

Vamos orar?

Oração

Lembre-se de orar em voz alta:

Pai, em nome do meu único Senhor e Salvador, Jesus Cristo, Seu Filho, eu Te agradeço por cada revelação, pelo Seu amor e sacrifício. Por ter comunhão contigo e por poder ser cada dia mais curado(a). Eu Te louvo e Te bendigo, Senhor. Deus da minha libertação e minha Rocha. Tu és a Rocha da minha salvação, a fonte de águas vivas que nunca se esgota. Te exalto porque Tu me criaste, me conheces e me sondas. Não há em Ti sombra de variação, Tu és perfeito em todos os Teus caminhos.

Obrigado(a), Jesus, porque na cruz já conquistaste a minha liberdade. Obrigado porque me amas não pelo que eu faço, mas pelo que sou em Ti. Obrigado pela Tua Palavra, que me guia, consola e me corrige. Obrigado pelo Teu Espírito Santo, que me convence do pecado, da justiça e do juízo, e me ajuda a andar em novidade de vida.

Hoje eu escolho liberar perdão. Eu libero perdão para (pai, mãe, parceiros, amigos...), por toda dor, toda cobrança, toda palavra que me fez sentir insuficiente. Eu declaro que ninguém me deve nada em nome de Jesus. Eu entrego toda mágoa e raiz de amargura nas Tuas mãos, Senhor, e declaro que só o Teu amor me define.

Eu confesso, Senhor, que muitas vezes tenho vivido preso(a) à raiz de insuficiência. Confesso o perfeccionismo, a autocrítica, a autocobrança, a comparação, a ingratidão e o ativismo religioso (cite os sintomas e consequências com os quais você se identificou). Confesso a murmuração, a inveja, a falta de descanso, a idolatria do fazer, a crítica aos outros e a falta de perdão. Confesso que busquei em outras coisas aquilo que só Tu podes me dar.

Peço perdão, Pai, por tudo isso e por não ter confiado no Teu amor incondicional. Perdão por toda raiz de insuficiência e seus frutos, por ter duvidado da Tua Palavra e deixado o medo e a incredulidade tomarem lugar no meu coração. Perdão por reclamar do que já tenho e não ser grato(a) pelos Teus presentes. Perdão por esperar retribuição dos homens em vez de confiar que a recompensa vem somente de Ti. (Peça perdão pelo que sentir e vier à mente e desabafe com Deus, fale tudo).

Eu recebo, pela fé, o Teu perdão completo e perfeito, conquistado por Jesus na cruz. Recebo a Tua graça que me basta, e declaro que sou livre da raiz de insuficiência. Minha identidade está em Cristo e não no que eu faço.

Em nome de Jesus, eu renuncio à raiz de insuficiência, à autocrítica, ao perfeccionismo, ao medo de não ser bom o suficiente, à murmuração, à comparação, à inveja, à religiosidade sem vida, à ingratidão e ao ativismo vazio. Eu peço que o Senhor feche toda brecha que essas atitudes abriram na minha vida e declaro que o inimigo não tem mais legalidade sobre minha vida nessas áreas.

Entrego diante de Ti, Senhor, todas as consequências que essa raiz trouxe à minha vida: ansiedade, estresse, sobrecarga, burnout, vícios de fuga, relacionamentos quebrados, frieza espiritual, orgulho, impaciência, isolamento e inconstância. Eu coloco tudo diante da cruz e descanso em Ti, meu Bom Jardineiro.

Pai, eu peço que o Senhor cure as feridas da minha alma. Sonda-me e mostra-me onde ainda preciso de alinhamento. Dá-me graça para perseverar na caminhada de cura. Ensina-me a viver em gratidão, em descanso, em identidade firmada no Teu amor. Espírito Santo, fortalece a minha mente para que eu leve cativo todo pensamento de insuficiência à obediência de Cristo. Ajuda-me a praticar pausas de adoração, a descansar na Tua presença e a viver plenamente em Ti.

Em nome de Jesus, amém.

Exercício

Comece todas as manhãs agradecendo a Deus por 10 coisas e entregando seu dia a Ele (o controle e as decisões). Faça o mesmo antes de dormir, entregando seus sonhos e noite. Peça que Ele te cure enquanto dorme.