Raiz de amargura - Dia 1
- Sophia Volpe
- 17 de ago.
- 5 min de leitura
Atualizado: 18 de ago.

Oie, família!
Nosso primeiro dia do propósito “Arrancando as raízes venenosas da alma”.
E vamos começar falando da mãe de todas as outras raízes: a raiz de amargura.
O que é a raiz de amargura?
A amargura é a expressão da nossa natureza caída. A Palavra diz em Romanos 3:23: “Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus.” Isso começou no Jardim do Éden. Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus, de forma pura, perfeita e plena. Mas, quando escolheram outro fruto que não o da obediência, o mal entrou na humanidade — e junto com ele, no coração do homem, nasceu a raiz de amargura.
Essa é a nossa natureza caída: inclinada ao pecado e marcada pela impureza. A impureza nem sempre é um ato explícito de pecado, mas atitudes que não representam Cristo e revelam a distorção daquilo que Deus nos criou para ser. A amargura firma essa natureza caída e é caracterizada por uma percepção quebrada: faz com que vejamos Deus e a vida de forma distorcida, e a nós mesmos de maneira enganosa.
Antes mesmo do mal entrar, o engano já havia se instalado. Eva não se recordou da Palavra de Deus e foi enganada por Satanás. A amargura brota desse engano: acreditar em mentiras sobre quem Deus é e sobre quem nós somos. A Bíblia fala, em Apocalipse, de Satanás como aquele que caiu, chamado de “estrela amargura”, trazendo consigo a expressão do veneno e da amargura. Por isso, podemos dizer que a amargura é a própria expressão do mal em nós.
De onde ela vem?
Mas de onde nasce a amargura hoje? Nas feridas. Pequenos episódios de rejeição na infância, momentos de solidão, abandono ou invalidação deixam fissuras no coração. Nessas rachaduras, o engano do que é amor, de quem somos, de como é o mundo leva à amargura, que se enraiza. Passamos a acreditar que nossa identidade está na dor e, com o tempo, nos justificamos: “Ah, mas fizeram isso comigo… eu tenho direito de reagir assim.” Esse senso de justiça própria nos endurece.
Quanto mais endurecidos ficamos, menos sentimos o amor de Deus.
Os sintomas?
Os sintomas logo aparecem: ressentimento, dificuldade de perdoar, dureza nas palavras, reações carnais. Como escreveu Paulo em Romanos 8: “Quem semeia para a carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna.” A amargura sempre nos empurra para a carne.
Todas as outras raízes venenosas têm origem nela. Doenças emocionais, vícios e prisões da alma podem nascer de um coração amargurado, pois a amargura ocupa o espaço criado para o amor de Deus habitar. Deus não nos criou para vivermos com tais problemas, mas o Maligno busca ferir o coração de Deus ao ferir Seus filhos. E ele se aproveita da nossa falta de entrega da amargura. Deus quer estabelecer a realidade dos Céus na nossa alma (Romanos 12:2).
A amargura se apresenta como um preenchimento falso, mas deixa apenas buracos no coração. Nesse vazio, buscamos preencher com coisas passageiras — pessoas, vícios, conquistas — sem perceber que o engano está na raiz da amargura.
Aqui está um ponto importante: mesmo quem já entregou a vida a Cristo precisa lidar diariamente com essa raiz. A amargura não desaparece simplesmente porque agora pertencemos a Jesus. Creio que Deus permite que essa natureza caída permaneça como um lembrete da nossa total dependência d’Ele. Sem essa luta, cairíamos facilmente na autossuficiência, no orgulho e na independência — justamente frutos da amargura.
Se fôssemos perfeitos, não precisaríamos de um Salvador.
Resumindo
Em resumo, a amargura é uma percepção quebrada: distorce nossa visão de Deus e de nós mesmos. Por isso, é uma raiz tão perigosa.
“Cuidem para que ninguém se exclua da graça de Deus. Que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando muitos.” Hebreus 12:15
Ou seja, a amargura não permanece apenas em nós: quando reagimos de forma amarga, contaminamos os que estão ao nosso redor, como uma doença silenciosa que se espalha.
Mas não digo isso para gerar legalismo, como se estivéssemos presos apenas à lei. A intenção é gerar consciência: a amargura precisa ser tratada pela única coisa que tem poder de curá-la — a graça de Deus. Por isso, nossa oração deve ser: “Senhor, que a Tua graça cure as minhas amarguras.”
A cura na prática
E como somos curados? O caminho é simples, mas profundo:
Perdoar – escolher liberar o outro da dívida, mesmo que doa.
Orar e confessar a Deus – quando vier um pensamento amargurado, até nas coisas pequenas, como a vontade de xingar alguém no trânsito, entregue imediatamente: “Senhor, eu te entrego essa amargura, me ajuda a não reagir na carne”. O mesmo vale para insegurança, raiva, inveja, dor, autocrítica e assim por diante.
Confessar a alguém de confiança – Tiago 5:16 nos lembra: “Confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados.” A amargura também pode ser confessada, para que alguém ore junto com você. Se ainda não tem uma pessoa assim, peça a Deus um amigo de oração.
Todas as outras raízes do mal se originam na amargura, mas todas também podem ser curadas na cruz. Onde a amargura abre fissuras, a graça de Deus derrama amor e restauração.
Oração
Ore, em voz alta, as seguintes palavras:
Senhor, em nome do meu Senhor e Salvador, Único e Suficiente, Jesus Cristo, eu reconheço que muitas vezes deixei a amargura ocupar espaços do meu coração que deveriam ser Teus. Eu confesso as feridas que me marcaram e que eu não soube lidar. Hoje eu escolho entregar diante de Ti cada rejeição, cada abandono, cada palavra que me feriu.
Eu peço o Seu perdão pelas minhas raizes de amargura, pelas minhas reações a partir dela, por todas as vezes que dei vazão à carne e feri o Senhor. Em nome de Jesus, eu recebo o Seu perdão.
A Tua Palavra diz que a Tua graça é suficiente para mim, então eu declaro: Senhor, que a Tua graça cure as minhas amarguras. Eu as submeto por inteiro a Ti! Resisto ao inimigo, conforme Tiago 4:6, e ordeno que ele fuja de mim. Onde o meu coração se tornou duro, torna-o sensível à Tua presença. Onde o engano me fez acreditar em mentiras, substitui pela verdade do Teu amor.
Eu escolho perdoar, mesmo quando minha carne não quer. Eu confesso as minhas reações e submeto meus pensamentos a Ti. E peço: coloca pessoas ao meu lado para que eu não caminhe sozinho nessa jornada.
Eu decido seguir o Espírito, mesmo que a carne não queria. Dê-me uma graça para permanecer. Guia-me à verdade, tira as escamas dos meus olhos, todo véu da minha mente e coração. Guia-me à identificar a amargura e a reagir a partir do Senhor. Traga-me entendimento, cura, libertação e discernimento.
Obrigada, porque na cruz Tu já venceste toda raiz de amargura. Eu recebo a Tua vida, a Tua cura, o Teu amor e a Tua vitória sobre mim, em nome de Jesus. Amém.
Texto por Sophia Volpe Fogolin
Instagram @sophiavolpefogolin
Para aprofundar os estudos
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